sábado, 28 de maio de 2011
Poema do Dia
Viver
sem o gume
do tempo
sobre os ombros
O sol
fecundo
sedento
e ardente
O limite
suspenso
na luz
Sereno
o voo
da gaivota
escondida
nos braços
As mãos
com feitio
de asas
No vento
cavalos
espantados
entre o sono
das giestas
Vida azul
de sal
e destino .
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Poema do Dia
Branca
a cor
do desejo
uma corrente
limpida
gota a gota
vertida
na rede
da seda
O corpo
azul
adoçado
de fogo
Desperta
nos lábios
o calor
que esconde
a tarde .
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Poema do Dia
Que saudade
quieta
segreda
esse quente
rio de sal
na pele graciosa
Onde o doirado
das formas
se enrola suavemente
nos dedos .
domingo, 22 de maio de 2011
Poema do Dia
Há uma flor
nos lábios
dos dias
uma sedução
nos braços
da saudade
As palavras
emudecem
na intacta
nudez
dos olhares
A luz
desenha
a compasso
as formas
do teu rosto
As mãos
desfolham-se
em claridades
indiferentes a tudo
o que sabem ser
inacessível .
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Poema do Dia
Existir
ao ritmo da alma
à luz da fogueira
Estremecer
na sombra da imagem
entre pétalas de flor
Construir
dunas de desejo
grão a grão retiradas
da poeira da vida
Existir
à luz da alma
ao ritmo da fogueira
Tocar
a orla rosa
de uns doces
lábios
Silênciar
no peito
o grito virgem
da solidão .
Existir
à luz da fogueira
ao ritmo da alma .
terça-feira, 17 de maio de 2011
Poema do Dia
A luz era o cerne
a rosa o horizonte
Nada mais para dizer
do que esta palavra terra
Um gesto em chama
abrindo a sombra
no teu corpo de silêncio
O espaço de um beijo
suspenso nos lábios
respiro a luz
bebo no instante a rosa .
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Livro das Alegrias
Tenho uma casa tecida de vento
com olhares de luz e sentidos de silêncio
tenho um sonho desconhecido, umas asas solitárias
mais leves que a vida
as suas raízes crescem dentro de mim
levantam troncos e ramos e rumorosas folhas verdes
recolho os seus frutos, de palavras soltas
no livro das alegrias.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Livro das Alegrias,
O dia amanhece sob o canto corajoso dos galos
sobrevive ao fogo longo da horas
refresca-se no perfume das rosas ao final da tarde
respira sem pressa a face da noite
reza às estrelas de olhos abertos
a poesia, pode acontecer a qualquer momento.
sábado, 7 de maio de 2011
Livro das Alegrias
O que procuram as mãos? Dias de sol
caminhos de girassóis, o teu rosto na noite
que vozes ouvem? Estrelas inatingíveis
páginas aráveis, o teu olhar
o que constroem as mãos quando falam de amor?
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Livro das Alegrias
Somos silêncios habitados por dentro
ou o lugar da palavra que aprende a amar
somos silêncios habitados pelo voo das aves
por um bater de asas perseguindo o azul
amamos a paz escondida nas sílabas
a presença do sal nas margens do sonho
renovamos o verde das manhãs
as raízes da esperança inscritas no olhar
somos silêncios por habitar.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Livro das Alegrias
Este é o lugar onde aprendo a ver
a escutar, a respirar, a ser
este é o lugar onde escuto o movimento
das marés na ondulação da tua voz
onde a tarde acende o desejo de ser folha
na tua mão, ou brisa entre os teus lábios
onde construo o coração do sonho
e prolongo o encantamento da alma
este é o lugar, onde se suspendem as lágrimas
que falam da solidão de Agosto.
domingo, 1 de maio de 2011
Livro das Alegrias
Procuro entre sílabas e asas, as grutas
recolhidas dos ventos, a construção lenta dos vales
a verdadeira dimensão dos cumes
revolvo esta porção de terra, este ofício solar da manhã
verbo exposto à força do trigo
casa onde os meus olhos procuram abrigo.
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