domingo, 31 de julho de 2011

O Som que Hoje vos Proponho

Rebocadores

Somos Silêncios Habitados Por Dentro

“Não somos para saber, sabemos para ser”

                                                                       (Jesus Herrero)

Sobre a poesia…
 
A poesia será casa     quando dermos
as mãos     e formos cuidar dos versos
 
a poesia será asa     quando a amizade
reacender o sonho      de cada novo dia
 
a poesia será água     quando a sede
de viver     inundar o tempo
 
a poesia será tempo      quando o olhar
se detiver na linha do horizonte
e uma vela nascer na lonjura desse azul
 
a poesia será vida     quando o amor
nos vier bater à porta     e inesperadamente
rodarmos (no real sentido) a chave do coração.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O Som que Hoje vos Proponho

Rio Azul

Somos Silêncios Habitados Por Dentro

Somos Silêncios Habitados Por Dentro

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia; e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre, à margem de nós mesmos.“
 (Fernando Pessoa)

Perguntam-me muitas vezes o que é a poesia

respondo-lhes que a poesia é uma casa
habitada de palavras     onde cada palavra
é uma janela aberta

respondo-lhes que a poesia é uma ponte
que encurta as distâncias que separam os homens

respondo-lhes que escrever um poema
é como atravessar um deserto     que a escrita
é um caminho onde aprendemos a conhecer-nos
onde nos questionamos e recrudescemos   

o que não lhes digo      é que muitas vezes
a poesia é tão só     a coragem de escrever o silêncio.

                                      Fernando Paulino

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O Som que Hoje vos Proponho

São Francisco Xavier

Poema do Dia

Entre beijos
e silêncios
celebram a vida
nos os braços
de cada hora


Os olhos
acendem a noite
as mãos
rasgam incertezas


Misturam os dedos
pássaros de fogo
naufragos no corpo


As madrugadas
são bosques
onde as heras
crescem
sobre a pele
nua


No espelho
as mãos
as harpas
o vento
as pombas
as muralhas
ancorados
boca a boca .